Não é novidade que o antigo PMDB, hoje MDB tem várias
correntes dentro do mesmo espaço, o partido de tão grande que é consegue reunir
figuras curiosas, muitas vezes até com correntes ideológicas opostas, mas sua
maioria é fisiologista da política tradicional e que só visa uma coisa:
manter-se no poder. Hoje dentro do MDB não tem exemplo melhor de adversários
dentro do mesmo partido que Michel Temer e Renan Calheiros, ambos políticos
profissionais que visão apenas o poder e se perpetuar nele.
Desde que Romero Jucá,
em áudio vazado, desnudou essa relação interna dos dois caciques, com Temer
assumindo a presidência, Renan ensaiou uma reaproximação que não durou muito
tempo, ele que pretende se reeleger, analisando a sua rejeição e juntando com a
baixíssima popularidade de Temer como presidente, viu que essa aliança não iria longe, decidiu não só romper com Temer, como também virar oposição a ele e se
aliar ao ex-presidente Lula e sua incansável luta de fugir da prisão tentando
ser candidato a presidência.
De lá pra cá Renan Calheiros só fez atacar, foi crítica em
cima de crítica a gestão presidencial do partido no qual faz parte, tentando
sobreviver numa reeleição que já foi difícil da última vez em 2010, ficando com
a segunda vaga, perdendo para o então deputado Benedito de Lira (PP).
Temer por sua vez tem duas cartas na manga se quiser
atrapalhar os planos do todo poderoso senador alagoano, dois ministros que já
externaram o desejo de serem senador e que vem se destacando em suas pastas
podem atrapalhar os planos de Calheiros. Maurício Quintella (PR) e Marx Beltrão
que também é do PMDB já está ciente das possibilidades de sair da legenda para poder
se candidatar, sabendo que Renan é o principal nome do partido em Alagoas e sua
reeleição é prioridade.
Renan Calheiros sabe, como bom estrategista que é, que num cenário com muitos candidatos como é o caso da disputa pelo senado a tendência é dividir ainda mais votos para que essa fragmentação o fortaleça ainda mais, e é nessa linha que agora o MDB trabalha para garantir a cadeira do ex-presidente do senado em 2019.
Marx Beltrão mantém um trabalho mais em evidência na busca de votos pelo
Estado para fortalecer seu nome na disputa, sem contar que a família Beltrão é
historicamente ligada aos Calheiros, e isso seria uma baixa significativa não
só para Renan pai mas também para Renan Filho que busca se reeleger
governador.
2018 promete ter uma das eleições mais imprevisíveis dos últimos
anos, ela vai definir muita coisa, principalmente os processos que descerão lá
do alto dos braços do STF para as instâncias inferiores, que são as que tem
resolvido de fato.
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