Não, esse não é nenhum discurso de um blog progressista que
acha que se Dilma não fosse reeleita um céu de fogo cairia sobre o Brasil.
Dilma precisava ser reeleita sim, mas para comprovar toda a sua irresponsabilidade
refletir agora depois do seu primeiro mandato, e não acusar qualquer outro adversário, caso eleito.
Qualquer um dos candidatos que fosse eleito no lugar de
Dilma enfrentaria esse mesmo momento. Muitos até já falavam da crise na
campanha eleitoral, mas esses eram vistos como os pessimistas especuladores do
caos, que visavam apenas desestabilizar o governo com fins eleitoreiros.
O discurso veio a calhar naquele momento, foi repetido a exaustão na campanha, inclusive com Dilma enchendo os ouvidos dos sonhadores com
promessas que ela sabia que não poderia cumprir, mas que para vencer a eleição
era necessário, com isso foi para o tudo ou nada. Seu pior momento foi acusar frequentemente
seus adversários de prometer medidas impopulares caso fossem eleitos, e que com
ela nada disso se tornaria realidade, "nem que a vaca tossisse".
Como podemos ver quase um ano depois das eleições, Dilma
enganou a todos, até alguns petistas mais lunáticos. Medidas impopulares marcam
o inicio do seu segundo mandato, até por isso - talvez - o sentimento de
indignação seja maior por parte da sociedade, pelo curto espaço de tempo das
promessas, até a realidade nua e crua.
A presidente Dilma (leia-se seu governo) implode seu mandato
sem precisar da ajuda de ninguém, mete os pés pelas mãos, não por que queria,
mas por não conseguir mais empurrar para debaixo do tapete os efeitos dessa crise
que só faz crescer.
Hoje Dilma está com uma aprovação de apenas 8%, sendo reprovada
por 71%, segundo pesquisa Datafolha. Para piorar, o governo da Presidente não
mantém uma base aliada no Congresso que lhe sustente, e que gradativamente vai
inflando o pedido de impeachment.
Seu principal aliado, o PMDB (que ora é governo, ora é
oposição) vem negociando (no sentido mais literal possível da palavra) a
reforma ministerial, para ganhar mais espaço no governo. Além de Temer, os
grupos do Senado e da Câmara dos Deputados indicariam nomes para ocupar as
pastas escolhidas.
Toda essa articulação do governo em se reaproximar do PMDB
não é à toa, e como bem disse o padrinho político, Lula, essa semana para Dilma: “É melhor perder o
ministério do que perder a Presidência”. A fim é claro, de evitar um ambiente político
em torno do impeachment.
Quem só ganha com essa articulação é o governo, e o governo nesse caso é
formado principalmente pelo PT e PMDB, enquanto nós pagamos a conta.
Aliás, no programa político do PMDB, nem parece que o
partido faz parte do governo e tem tanta culpa quanto o PT pela situação atual do
país.
Estou no Twitter: @vanildoneto
@BlogPoliticaAL
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