Por
Thiago Correia - Via: Facebook
Hoje não falo como repórter... Falo como membro da
diretoria do SindJor (Sindicato dos Jornalistas de Alagoas). Saibam
senhoras e senhores, que classifico como ABSURDA, a atitude tomada pela mesa
diretora da Câmara de Vereadores de Maceió. O Diário oficial de hoje, trás uma
portaria, que OBRIGA, IMPÕE, que jornalistas façam o que eles chamam de
credenciamento para poder exercer suas atividades dentro da Casa (casa do povo
né? onde os gastos são pagos com dinheiro do povo). O problema é que esse
"credenciamento" requer que o jornalista revele ao órgão, dados de
cunho pessoal, como telefone do jornalista, celular, endereço residencial, RG e
CPF. Além disso, o profissional precisa enviar uma cópia do Registro profissional
e duas fotos 3x4.
Como se não bastasse esse absurdo, o pedido ainda
será analisado pela diretoria de comunicação da casa, que terá 30 dias para
decidir se o jornalista está ou não, apto a cobrir as atividades
dos nossos representantes. E isso não é tudo... o artigo 4º, que eu aqui
classifico como AI-5, afirma que antes de liberar o trabalho jornalístico, a
Diretoria de Comunicação Social poderá solicitar uma cópia do contrato social e
suas alterações, registradas na Junta Comercial, e cópias de matérias jornalísticas
publicadas pela empresa de jornalismo, e isso será uma CONDICIONANTE para que o
jornalista seja aceito ou não para exercer sua função. O que isso quer dizer,
que a direção de comunicação da casa, pode pedir a cópia do meu contrato com a
empresa que eu sou vinculado (sabendo detalhes de quanto ganho, desde quando
estou na empresa) e ainda pode pedir matérias antigas minhas, talvez para
analisar se o perfil das minhas reportagens são investigativas, e só ai, depois
de ver tudo isso, eles vão decidir se eu posso ou não fazer uma reportagem lá.
Isso
é um ABSURDO. Um ato covarde contra TODOS OS JORNALISTAS DO ESTADO. Desrespeito
é a menor das qualificações que eu dou a esse ATO. Precisamos colocar essa
pauta em reunião, e exigir que essa portaria seja anulada urgentemente. Sob o
risco de nenhum profissional ter mais o direito de produzir matérias que
retratem o que de fato ocorre na Câmara, tenha o cunho que a reportagem tiver,
e tenha a repercussão que a reportagem tiver. Além disso, me estranha, ver que
os vereadores tenham interesse em saber dados pessoais dos jornalistas. O que
eles querem com isso? Qual o intuito que um vereador tem em saber onde é a casa
do jornalista? Facilita uma possível ameaça ou pressão por conta de uma
reportagem de repercussão negativa? E mais, agora precisamos ter os perfis
analisados para que seja selecionado para trabalhar? Quais os critérios que
serão adotados para escolher quem trabalha e quem não trabalha na casa? O que
mais me incomoda é saber que "coincidentemente" tudo isso começou
após nossa reportagem sobre a verba de enxoval. Isso é terrível... Voltamos a
ditadura?
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